quinta-feira, 22 de julho de 2010

Turismo de guerra

A chegada de um turista numa cidade da Irlanda do Norte coincide com uma das temporadas de atentados terroristas no país. Uma noite ele está voltando ao hotel e passa por uma rua deserta quando é agarrado por trás. Ele sente um revólver na nuca e o agressor lhe pergunta:

- És protestante ou católico?

O turista fica sem saber o que responder. Se disser que é protestante, o agressor pode ser católico e suas chances de sobrevivência são mínimas. Também não terá chances se disser que é católico e o agressor for protestante. Raciocina rápido e vê se pode identificar qual a origem do agressor pelo sotaque, roupa ou qualquer outro indício. Mas é impossível. Tenta identificar se aquela região é de domínio de um ou de outro grupo religioso, mas o turista ainda não tem bastante conhecimento sobre a cidade para sabê-lo. Tudo isso passa pela cabeça do turista numa fração de segundo. Ele não sabe o que fazer. Sente o cano do revólver na nuca. A pressão é cada vez maior. Tem que decidir rápido. Católico ou protestante? Só tem uma saída: dizer uma outra religião qualquer. Pronto. É isso.

- Sou judeu - diz o turista.
- Que Alá seja louvado. Mohamed é o árabe mais sortudo da Irlanda.

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