sábado, 10 de dezembro de 2011

Mulher Difícil

O rapazinho da recepção, não agüentando a curiosidade com os barulhos, murmúrios, unfs, arghs, ais e aís que vinham da suíte do casalzinho em lua-de-mel, encostou o ouvido na porta:
— Posso agora, benzinho? — pedia o noivo.
Nenhuma resposta. A voz do noivo cada vez mais angustiada seguia no mesmo refrão, madrugada adentro:
— E agora, benzinho, posso agora? Nada, nenhuma resposta.
Quase dia claro, um último apelo:
— Deixa, benzinho, deixa agora.
— Está bem, está bem, pode tirar!

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